Quando o calendário vira, é hora de programar os próximos passos. Mas às vezes fazer planejar pode gerar mais frustração do que alegria! Então a Pitaya, seu clube de assinatura de calcinhas favorito, preparou algumas dicas para esse momento precioso de idealização de 2024!
É com incredulidade que anuncio o fim de 2023: estamos a menos de um mês do término do ano. Para mim, isso significa que é tempo de planejar a próxima temporada, de escrever um roteiro idealizado para a minha protagonista, que certamente encarará grandes aventuras nos próximos 365 dias! Não importa qual foi o desenrolar do último ciclo, sempre parto da ideia de que o subsequente será melhor. Em suma, entre dezembro e janeiro assumo a personalidade otimista irreparável.
Sinto como se cada ano começasse como uma folha em branco, cheia de oportunidades para eu rabiscar sonhos e desígnios gerais. O horizonte temporal de 12 meses parece perfeito para transformar uma vida: é longo o bastante para dar tempo às coisas acontecerem, mas também é razoavelmente curto para que as variáveis intervenientes (que certamente aparecerão) não desviem totalmente a trajetória almejada.
De que adianta pensar em um plano quinquenal se em seis meses a vida dá um giro inesperado? Vamos no miudinho, na humildade dos projetos em etapas, um ano é mais do que suficiente para sonhar. Até porque na teoria funciona super bem: recheio a folha de ideias e, como a maioria dos mortais, não costumo seguir nem metade do planejado. Mas tudo bem, faz parte do processo, não é isso que me impede de fazer planos, nem torna a atividade menos importante.
Entendo como a oportunidade de me conectar com meus desejos latentes e alinhavar os fios soltos que vão ficando pelo caminho. No papel, no Trello ou só na mentalização, planejar é quase um fim em si mesmo.
É claro que não existe receita para criar planos. Trata-se de um exercício de autoconhecimento, de cunho personalíssimo. Ao mesmo tempo, talvez seja interessante levar alguns aspectos em consideração para fugir de alguns chavões que podem se repetir ano após ano. Para tentar te ajudar, e me ajudar (o que torna essa coluna genuinamente autoajuda), elenquei alguns pontos relevantes que pretendo ter em mente na hora de estabelecer minhas metas de 2024:
Evite armadilhas: idealizar é o cerne do planejamento, mas é preciso cuidar para não deixar-se prender pela conhecida positividade tóxica. Você não precisa encontrar a “melhor versão de si mesma” nem descobrir sua “verdadeira paixão” para dar rumo a uma vida feliz. Também não precisa se desesperar porque está “atrasada” em alguma coisa. Um exercício interessante é imaginar outras dimensões em que você tenha feito escolhas diferentes. E, pasme, existem muitas opções em que você encontra felicidade. Não é uma questão de “descobrir” o caminho certo, mas de entender que há vários.
Foque no porquê: por mais que pareça uma atividade extremamente racional, rascunhar planos está intimamente ligado a emoções que não conseguimos acessar diretamente pela linguagem, são sensações. Você consegue organizar o que quer fazer e como fazer, mas na hora de compreender “por que” quer fazer, a resposta vem do cérebro límbico, uma parte primitiva relacionada a funções básicas.
Então busque o que realmente te motiva, sem explicações, e a partir daí teça uma narrativa que conecte essas crenças com o que você quer fazer. Parece papo de coach, que simplifica os seres complexos que somos, mas ajuda a fugirmos de racionalizações vazias porque, sim, às vezes gostamos de fingir que somos robôs.
Comprometa-se: fazer planos significa atribuir responsabilidades ao seu eu do futuro, que, acredite se quiser, não pensa igual ao seu eu do presente. Quando chegar a hora de escolher entre comer uma maçã para seguir a dieta ou comer brigadeiro para ser feliz, o seu eu do futuro pode ter um entendimento diferente do seu eu de hoje. Se você realmente quer que seus “eus” entrem em um acordo, é preciso ter empatia com o seu eu do futuro, sem planos mirabolantes e desgastantes, mas também é preciso conceber estratégias de comprometimento. Crie ocasiões que “facilitem” que seu eu do futuro aja conforme o eu do presente. Não se obrigue a comer só maçãs, mas quem sabe não compre leite condensado.
Abra-se à sorte: às vezes estamos tão focados nas tarefas que nos foram impostas que não conseguimos dar oportunidade para que a sorte nos encontre. Fiquei chocada quando ouvi sobre um teste com estudantes que deviam se autoavaliar como sortudos ou não sortudos, e acho que ele ensina muito sobre a mente humana.
Além de avaliar a própria sorte na vida, todos os testados foram incubidos de uma tarefa simples: receberam uma revista e deveriam contar quantas matérias havia na publicação. Os que acertassem a quantidade total, receberiam 100 dólares. Acontece que uma das reportagens dizia o seguinte: “se você está lendo isso, o estudo acabou e você ganhou 150 dólares”. Sabe quem viu essa reportagem especial? Os estudantes que se consideravam sortudos! Os que não se consideravam sortudos, na sua maioria, só contaram as matérias até o final e ganharam 100 dólares.
O que isso significa? Que precisamos estar abertos para que coisas boas aconteçam conosco. Temos que estar atentos às novas possibilidades em vez de chafurdar nas tarefas, às vezes mecânicas, do nosso dia a dia. Expanda seus horizontes. Planejar é importante, mas é preciso estar flexível às mudanças também. Não crie planos incontornáveis.
Bons planos, que 2024 seja tudo que você gostaria e muito mais!