Ué, quem é essa?
Essa é a rainha do samba, Elza Soares. Dona de uma voz rouca inconfundível, ela é uma estrela maior da MPB. Vindo de uma família pobre e enfrentando o racismo e o machismo durante toda vida, Elza foi e permanece sendo símbolo de garra.
Ela nasceu em 1930, no subúrbio do Rio de Janeiro. Ainda novinha, aos 13 anos, participou do concurso de calouros da Rádio Tupi. Quando o apresentador percebeu as roupas largas que a menina magérrima vestia, que eram da mãe dela, quis fazer graça, perguntando: “de que planeta você veio?”.
Elza respondeu, na lata: “vim do planeta fome”.
Ela venceu o concurso, mas os pais não deixaram que seguisse o sonho de ser cantora. Afinal, ela já tinha se casado, aos 12 anos(!), e deveria cuidar da família. Elza Soares teve cinco filhos (outros 2 faleceram, ainda bebês, por desnutrição), até que o marido morreu de tuberculose quando ela tinha 21.
Foi por essa idade que ela começou a fazer testes como cantora enquanto trabalhava em uma fábrica de sabão. Seu timbre foi seu passaporte para uma nova vida, logo foi contratada por uma orquestra. Cantou na Argentina, participou de programas de rádio e, em 1960, gravou seu primeiro disco, “Se acaso você chegasse”, que bombou!

Na copa do mundo do Chile, em 1962, Elza foi a artista representante do Brasil, cantando ao lado de Louis Armstrong! Nessa copa, ela conheceu o futuro marido, Mané Garrincha. Só que o jogador era casado, e a mídia pintou Elza como “destruidora de lares”. O assédio contra a cantora foi tanto que ela decidiu se mudar para São Paulo depois de sua casa no Rio ser apedrejada.
Em 1969, Elza Soares foi novamente forçada a se mudar, dessa vez porque teve sua casa metralhada pela ditadura, que a censurava. Ela fugiu para a Itália e saiu em turnês pela Europa e pelos Estados Unidos. Nos anos 1980, de volta ao Brasil, fez parceria com Caetano Veloso e se relançou no mercado nacional. Desde então, ela acumula álbuns e prêmios.
Em 2000, Elza foi eleita pela BBC como a cantora brasileira do milênio! E ela não parou por aí. Segue produzindo álbuns, mesmo com quase 90 anos! Em 2015, ela lançou “A Mulher do Fim do Mundo”, o primeiro álbum só com músicas inéditas, tratando de temas como violência contra a mulher, negritude, morte, e sexo. E, em 2018, lançou o “Deus é mulher”. Falecida em 2021 de causas naturais Elza deixa um legado inigualável.
Como dá para perceber, Elza não é só uma mulher, negra, de origem pobre que atingiu o sucesso. Ela incorpora suas raízes no seu trabalho e representa a negritude brasileira como ninguém! Salve, salve à eterna rainha!
Esse texto é da Pitaya, a primeira assinatura de calcinhas e sutiãs.
Mais do que uma assinatura, uma comunidade de mulheres empoderadas.
Afinal mulheres modernas merecem ser cuidadas, e bem estar começa na intimidade.
Ficou curiosa? Confere como funciona aqui e se tiver qualquer dúvida fale com a gente por aqui