Ela nasceu num povoado pobre, no interior do Alagoas, e enfrentou não só a pobreza, mas também muito preconceito para conseguir realizar seu sonho: jogar futebol. Aos 33 anos, com 6 troféus de melhor jogadora do mundo, já sabemos que Marta encarou o desafio (mesmo quando seus irmãos trancavam as portas de casa para impedi-la de praticar o esporte). Afinal, “futebol não é coisa de menina”, né?
Claro que é! Mas no Brasil o esporte foi proibido para mulheres em 1941. Depois que, em 1940, aconteceu um jogo feminino no recém-inaugurado estádio Pacaembu, os torcedores ficaram a-p-a-v-o-r-a-d-o-s com a ideia de que aquelas “mulheres perdidas” fossem prestigiados numa arena como aquela.
A solução veio do presidente Vargas, que emitiu um decreto dizendo que “mulheres não deveriam praticar esportes que não fossem adequados à sua natureza” (que diabos?! <o>). Muitos relacionavam o futebol à infertilidade! Elas foram expulsas dos estádios e dos clubes.
A versão feminina do esporte ficou proibida no Brasil até 1979. Tem noção disso? Tipo ontem, tipo 7 anos antes da Marta nascer. Felizmente, quando ela nasceu já havia clubes que patrocinavam mulheres, e assim, com 14 anos, depois de 3 dias no busão do Alagoas para o Rio de Janeiro, ela foi tentar a sorte no Vasco da Gama.
Lá, ela não só pôde jogar tranquilamente, mas passou a ser paga para isso! (yay). Se para os homens a profissionalização (grana preta) é muitas vezes o que os inspira a jogar, para as mulheres o financiamento ainda é bastante complicado, até os dias de hoje. Depois de alguns anos no Vasco, o time teve problemas financeiros, e Marta, que já tinha provado seu talento, ficou sem clube.
A vida dela mudou em 2003, durante a Copa do Mundo. Nas oitavas de final, a seleção brasileira, da qual a Marta fazia parte, jogou contra a Suécia, um dos países onde há maior igualdade de gênero no mundo. O time brasileiro perdeu, mas Marta ganhou, quando chamou a atenção do presidente de uma equipe de futebol sueca.
No país nórdico já havia muita estrutura para o futebol feminino, com clubes, torneios e torcedores, e foi pra lá que Marta foi. Durante 8 anos ela jogou em times suecos, adaptou-se ao friozão, aprendeu o idioma, naturalizou-se sueca, tudo isso enquanto tornava-se uma estrela do esporte.
Desde 2015, Marta já é a maior artilheira da história da Seleção Brasileira (contando a Masculina e a Feminina). Para terem uma ideia, ela já marcou 117 gols pela seleção, enquanto o Pelé “só” marcou 95. Só em Copas do Mundo foram 17 gols, mais do que qualquer homão! Os 6 prêmios de melhor futebolista do mundo também é um recorde, já que foram 5 consecutivos, prestígio que nenhum homem até hoje alcançou.
Com esse mérito todo, Marta usa sua projeção para defender a igualdade de gênero, causa que tanto lhe toca. Em 2018, ela foi nomeada Embaixadora da Boa Vontade da ONU mulheres, e em 2019 ela se tornou uma das 17 personalidades encarregadas pelo secretário-geral das ONU de promover os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, especialmente o de “Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas”. Além de talentosa e bem-sucedida, ela ainda faz a diferença no mundo!
Show de bola essa mulher, né não?
Esse texto é da Pitaya, a primeira assinatura de calcinhas e sutiãs.
Mais do que uma assinatura, uma comunidade de mulheres empoderadas.
Afinal mulheres modernas merecem ser cuidadas, e bem estar começa na intimidade.
Ficou curiosa? Confere como funciona aqui e se tiver qualquer dúvida fale com a gente por aqui