Olá Pitayas, queridas! E essa quarenta, que tal? Todos os dias parecem iguais? Tão arrasando nos hobbies? O trabalho em casa está muito desafiador, ou impossível? Ou você trabalha com saúde e está tudo muito estressante? 

Nesse período difícil de pandemia e distanciamento social em que só ouvimos, lemos, enxergamos coronavírus em tudo que é canto, convidamos vocês a se distraírem com a gente. Tome seu banho, coloca uma calcinha nova (<3) e vem conhecer a história dessa mulher negra f*da com a gente!

Ué, quem é essa? Ela é conhecida como a primeira dama do samba, mas não é dessas primeiras-damas que vem de braços dados com um homem poderoso. Ela é a primeira, e o mérito é todo dela. Dona Ivone Lara quebrou as barreiras de gênero no carnaval!  

Carioca de família humilde, Yvonne Lara nasceu lá no começo do século passado, em 1922. E o samba já vinha no sangue: seu pai era tocava violão de sete cordas, e a mãe era cantora em ranchos carnavalescos. Mas seus pais morreram cedo, e desde muito pequena passou a ser criada pela tia e a viver em um internato. 

Além da herança musical familiar, foi no justamente na escola que ela teve aula de música (durante o governo Vargas essa matéria era obrigatória nos colégios!), em que aprendeu teoria musical. Yvonne chegou a ter como professora Lucília Guimarães, esposa do maestro Villa-Lobos. 

Mas para uma mulher negra, viver da música, e, ainda mais do samba, era pouco viável naquela época. Precisava de estabilidade, que o samba ainda não dava. Yvonne formou-se em enfermagem e serviço social. Trabalhou por 30 anos como assistente social, inclusive ao lado famosa psiquiatra Nise da Silveira (outra mulher f*da, quem sabe contamos dela em uma próxima caixinha?!). 

Quinteto em Branco e Preto e D. Ivone Lara (2449338907).jpg

Mesmo com emprego fixo, Yvonne não abandonou os carnavais. Às vezes, na juventude, ela chegava a pedir para um primo apresentar suas composições como se fossem dele, para que ela não fosse recriminada por ser mulher. 

Mas em 1965, aos 42 anos, foi ela mesma, Dona Ivone Lara, a primeira dama do samba, que entrou para a história: foi a primeira mulher a compor um samba-enredo para o desfile do Grupo Especial do Carnaval carioca. Com a Império Serrano, Dona Ivone inaugurou a avenida para as mulheres sambistas desse Brasil.  

Quando se aposentou, aos 54 anos, pôde dedicar-se ao samba com exclusividade, e a carreira musical decolou. As composições de Dona Ivone foram interpretadas por grandes artistas renomados, tipo Caetano, Gil, Gal e Beth Carvalho. Ela se apresentou na Europa, na África e nas Américas, e depois ainda virou tema de um samba enredo da mesma escola de samba em que teve sua estreia. 

Com quase um século de vida, Dona Ivone faleceu em 2018. Uma de suas músicas mais conhecidas, é “Sonho Meu”, que estourou na voz de Bethânia e Gal. Em época de distanciamento, as palavras desse clássico do samba soam ainda mais familiares, né?

“Sonho meu, sonho meu, 

Vá buscar quem mora longe

Sonho meu

Vá mostrar esta saudade

Sonho meu

Com a sua liberdade

Sonho meu”

Fiquem seguras, Pitayas queridas, fiquem em casa!

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