Durante mais de uma semana o link do nosso site ficou desativado no Facebook e no Instagram. Não podíamos comentar posts, legendar fotos nem curtir nada. Por que motivo? As fotos do nosso site foram consideradas conteúdo “inapropriado”. Faz sentido? O que é “apropriado” para vermos nas redes sociais?
A história dos mamilos polêmicos já não é nenhuma novidade: mamilos femininos são considerados “inapropriados” nas redes sociais, enquanto mamilos masculinos circulam livres e felizes pelos feeds.
Faz sentido? De maneira geral, o pudor todo com a nudez já não faz muito sentido, né? Corpo é corpo, todo mundo tem. E se usamos, sei lá, 2% do tempo em que habitamos esse corpo pra fazer sexo, às vezes inclusive de roupa(!), já é muito. Então a sexualização automática de gente pelada já é um pouco problemática em si.
Mas ok, sociedade, tabus. Vamos fazer vista grossa e dizer que faz parte. Vamos até dizer que seios femininos são mais eróticos do que peitorais masculinos (o que já é uma afirmação cheia de pressupostos complicadíssimos), mas vá lá. Agora bunda, gente? Bunda, todo mundo tem! E, mesmo assim, estão censurando nossas lindas bundas femininas.
O que gerou o fuzuê todo foram as fotos da capa do novo site (que tá lindo e atualizado). Facebook e Instagram nos disseram que só seríamos desbloqueados se mudássemos as fotos.
São fotos tiradas pela nossa fotógrafa @TuliaRadaelli, super delicadas. As bundas são de mulheres de várias formatos, cores e tamanhos, todas lindas, fotografadas em calcinhas de dia-a-dia, super confortáveis (nada mini, nada de couros, nada de fitas fetichistas, só calcinhas bonitas em bundas reais). Vejam só:
Nada contra ensaios sensuais, as mulheres têm todo o direito (e dever consigo mesmas) de se sentirem atraentes, de se mostrarem na versão “fatale”. Mas não era a pegada do nosso ensaio fotográfico, e não é a pegada da nossa marca. Somos um clube de assinatura de calcinhas feminista, o nosso foco é no conforto e na qualidade dos produtos, e no conteúdo, que é a valorização de mulheres!
Na “briga” com o Facebook/Instagram para nos desbloquearem, nos mandaram “sugestões”de imagens que poderiam substituir as fotos do nosso site. Tipo essa:
E por acaso essa foto é mais “apropriada” que as nossas? No máximo, a modelo é mais magra e branca e dentro dos padrões de beleza.
Aí não engolimos e fomos ver como fazem as outras marcas legais de lingerie femininas. Descobrimos que a maioria delas “burla” o sistema, com “linktrees”. Ou seja, não colocam direto no Instagram os links dos seus sites (que contém fotos de bundas femininas), mas o link de uma página neutra, que leva para os seus sites, de maneira que o “algoritmo” não detecta o conteúdo “inapropriado”.
Curiosamente, foi bem fácil achar sites de marcas de cuecas cheios de fotos bem sensuélens, sem bloqueio nenhum.
Ficamos bem indignados. No fim, nem nosso linktree funcionou, e não tínhamos com quem reclamar (mas tá lá no Reclame Aqui!). Aí tivemos que mudar nossas fotos, porque o Instagram é nosso maior canal de vendas, e ficar desativado por lá não era uma opção. Trocamos umas fotos e alteramos o zoom das outras (mas todas do mesmo ensaio fotográfico), e finalmente fomos desbloqueados.
Isso não muda o fato de que essa censura é totalmente descabida. O manual de boas práticas do Facebook é super vago em relação à “adequação” do conteúdo. Nossa forma de pressão, por enquanto, é essa aqui mesmo, botando a boca no trombone, fazendo um escarcéu!
O que acham disso? Tá certo essa algoritmo aí? Hmm, será que foram homens que o criaram?
Obrigada por se revoltarem com a gente!